Um projeto composto por uma série de ações e eventos visando levar arte e cultura para população de Salvador .
terça-feira, 19 de novembro de 2013
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Revisitando Hamlet por Antônio Aruanda
Ao final do espetáculo me peguei em
êxtase e me perguntei por que, já que a peça se tratava de uma tragédia:
investiguei minha alma insana e ratifiquei sim que de sádicos, masoquistas,
incestuosos, prepotentes, frágeis e loucos, todos temos um pouco e não adianta
mascarar sombras, não, figura. Por mais que as escondamos, elas sempre se
mostram e quanto mais as ocultamos, com maior veemência se evidenciam. A
tendência de toda represa um dia será ser destruída pelas águas que conteve
durante anos.
Arrisco-me realmente a generalizar:
todos somos Um Hamlet. E ter visto
essa peça dirigida por Teresa Costalima, no Café-teatro Sitorne, na
quinta-feira, dia 07 de novembro de 2013, ás 20h00, me fez gozar. E gozo porque
entendo teatro como a manifestação pura do orgasmo ainda que trate de algo que
doa e incomode, afinal o limite entre a dor e o prazer é menor do que um fio de
cabelo.
Tudo enfim me encantou: desde a
entrada com aquela luz vermelha, a bandeja com carne crua (cadáver de algum
animal molestado pelo bicho homem) e sete velas brancas acesas. A música
altamente dionisíaca me trouxe lembranças orgásticas e um sentimento de
proximidade com a morte e com a magia – gosto disso!
Senti uma inveja saudável da equipe
técnica goticamente vestida e pintada. Queria estar daquele jeito também. O
cenário bonito e objetivo: mesa, cadeiras, retratos dos antepassados do
príncipe dinamarquês, o trono libidinoso e decadente, bacias, outros elementos
e os televisores – senti falta de imagens neles – me deixou confortavelmente
situado entre o passado e o presente.
Sustentada no delírio shakespeariano
e no Hamlet Machine, de Heiner
Müller, a experiência cênica tem um visgo. Prendeu-me pelo fato de ser
extremamente visceral. O texto é forte e precioso, e também valioso foi o que
li nos corpos e olhos do elenco: como eles falam o tempo todo! Como se amam e
se torturam e nesse jogo louco, a gente pira na carência absurda dos
personagens. Eles se precisam e se buscam intensamente, mesmo que seja para se
destruírem. Buscam-se também porque se amam – Ah! O amor com todas as suas
nuances...
A matemática sonoplástica e
iluminadora temperando as cenas que se desfilam pelos meus olhinhos
esquizocênicos são coisas também notáveis! Cada emoção e ideia ganham seu tom e
sua cor tão 2 + 2 = 4 que To be or not to
be extrapola o interior duvidoso do príncipe aloprado, da mãe sufocante, da
amante deslumbrada, do irmão impotente, das faces da morte, do coro e me acerta
no peito. Dói sim, fere; mas ajuda no sentido de refletir sobre minha própria
condição humana e pensar no que ainda há a ser mudado e no que manterei por
acomodação, por preguiça e por estar de saco cheio de digladiar com todos os
meus eus.
Enfim, vale a pena ver. Vai tá
rolando nas quintas e sextas de novembro, Café-teatro Sitorne, às 20h00 e
espero que você tenha a sorte de, como eu, ganhar um aperto de mão da Rainha
viúva e um singelo pirulito da doce Ofélia. Merda!
Barra do Pojuca, Camaçari, 10 de
novembro de 2013.
Espetáculo Canto de Ossanha
Dentro das mobilizações do Mês da Consciência Negra, estreia
no dia 19 desse mês, o Espetáculo Canto de Ossanha, livremente inspirado nos
poemas de Vinícius de Moraes e Castro Alves. As apresentações ocorrem nos dias
19, 20, 21, 22, 26, 27, 29 e 30 de novembro de 2013, sempre às 20h, no Espaço
Cultural Casa da Música (Lagoa do Abaeté, Itapuã). A entrada é 1kg de alimento
não perecível. Além da capital, o espetáculo será apresentado na cidade de
Santo Estevão-BA, no dia 28 desse mês. A montagem é uma realização da Companhia
de Teatro O Cidadão de Papel que comemora 14 anos de trabalho e completa a
décima montagem teatral.
CANTO DE OSSANHA:
Questionando o preconceito contra a cultura afro-brasileira, principalmente com
as religiões de matriz africana, a peça amplia o debate acerca das influências
étnicas no Brasil. Além disso, presta homenagem aos poetas Vinicius de Moraes e
Castro Alves, autores de obras com temáticas “negras” reconhecidas
mundialmente.
A montagem tem a
direção de Leo Rocha que também assina a adaptação dramatúrgica. No elenco,
Cássia Domingues (Diferente e Trate Bem O Turista), Marli Sousa (Domingo no
Parque e Fome), Isaac Ribeiro (Fome e Trate Bem O Turista), Mario Rodrigues
(Trate Bem O Turista e Comunique Já) e Leo Rocha (Domingo no Parque e Negreiros
2). Além de Marie Thauront na maquiagem e Marcos Oliveira na assistência de
direção e iluminação. O grupo Oficina Cênica assina a composição de cenário e
figurino.
SERVIÇO:
O QUÊ: Espetáculo
Canto de Ossanha
- Temporada em
Salvador
Local – Casa da
Música – Parque Metropolitano do Abaeté – Itapuã – Salvador/BA
Datas: 19, 20, 21,
22, (de terça à sexta) / 26, 27, 29, 30 (de terça à sábado) de novembro de 2013
Horário – 20h
- Apresentação em Santo Estevão-BA
Local – Auditório do
Polivalente – Santo Estevão – Salvador/BA
Datas – 28 de
novembro de 2013
Horário – 19h
Quanto: 1kg de
alimento não perecível
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
UM HAMLET
O novo espetáculo
do Sitorne Cia de Teatro fica em cartaz durante o mês de novembro no
Café-Teatro Sitorne (Rio Vermelho)
A peça
resulta de uma pesquisa-experimentação, com sustentação na obra de William
Shakespeare e no “Hamlet Machine”, de Heiner Müller. Com direção de Teresa Costalima, a
montagem estreia para convidados no dia
31 de outubro e fica em cartaz às quintas e sextas, 20h, durante o mês de
novembro no Café-teatro Sitorne.
O
espetáculo utiliza múltiplas referências e traz um olhar contemporâneo aos
conflitos do príncipe da Dinamarca. Dentre as referências destacam-se Artaud,
Pina Bausch, Stanley Kubrick e Florbela Espanca. O argumento original serve de lastro
para uma experiência sinestésica que contempla as dores e prazeres que norteiam
as personagens da trama. A trilha sonora, a ambientação, a caracterização e
demais elementos estéticos buscam uma aproximação singular com o espectador.
“Não há separação entre a encenação e o público. Essa experiência cênica só se
concretiza mediante a participação ativa dos receptores”, explica a diretora
Teresa Costalima. Cada sessão do espetáculo será feita para 30 espectadores.
A
montagem dilui a separação entre a comédia e a tragédia, se aproxima em alguns
momentos da farsa, embora tenha elementos expressionistas. O processo foi
intenso, fizemos um mergulho em diversas obras artísticas e construímos
coletivamente uma nova tessitura. Dessa forma, “Um Hamlet” apresenta atores ao
teatro baiano, que foram iniciados pelo curso profissional de Formação do Ator
do Sitorne, e traz Teresa Costalima e Ana Cláudia Cavalcante com participações
especiais.
No elenco, Mikhail Tomas (Hamlet), Rebeka Duarte (Ofélia), Teresa Costalima (Gertrudes), Saymon
Smarçaro (Laertes); além
de Ana Cláudia Cavalcante, Caroline Barreto e Roberto Mezzottino, formando um coro que representa a corte da “Nova
Dinamarca”.
“Um
Hamlet” – Direção de Teresa Costalima
Onde: Café-teatro Sitorne
(Rua Deputado Cunha Bueno, 55. Rio Vermelho.
Telefone: 71 3347-7089)
Quando: Quintas e Sextas do mês de novembro
(1,
7, 8, 14, 15, 21, 22, 28 e 29)
Ingresso (sessões para 30 pessoas): R$ 20 e R$10 (meia)
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